Câmera 360⁰ revoluciona a cobertura jornalística independente no Facebook

Com as redes sociais e câmeras portáteis ficou fácil compartilhar com os amigos fotos e vídeos das situações cotidianas. O jornalismo, claro, não poderia ficar para trás nessa onda tecnológica. Transmitir notícias só pela TV, rádio ou site não basta. Todo o arsenal hi-tech aumentou as possibilidades de aproximar os espectadores, ouvintes e leitores dos fatos, sejam eles quais forem. No início de 2016, um novo acessório entrou para esse compilado de equipamentos a serviço da comunicação: a câmera 360º.

O formato de gravação já havia sido usado por outras plataformas de divulgação, além das emissoras como a Globo, porém, a partir da imagem de quatro ou mais câmeras diferentes compiladas em um arquivo. Propósito totalmente diferente do resultado visual das imagens gravadas nas micro câmeras. O único empecilho era, na verdade, as plataformas de divulgação desses materiais, já que nem o YouTube e nem o Facebook tinham suporte para sustentar a vertente de vídeo. O que mudou no final do ano passado, quando ambas, em duas semanas de diferença, lançaram os recursos necessários para que os usuários de ambas as redes pudessem fazer o upload das imagens 360º.

Não demorou muito para canais de comunicação ficarem ligados nessa nova tendência visual. O New York Times, precursor de várias vertentes jornalísticas, foi o primeiro a se aventurar em coberturas feitas por câmeras 360º, no final de 2015. No Brasil, por sua vez, coletivos independentes como o Mídia Ninja e os Jornalistas Livres aproveitaram as inúmeras manifestações que tomaram conta do País durante este ano para testar as funcionalidades do acessório.

“É importante ter em mente que a câmera 360º não é, em suma, realidade virtual”, comenta Carla Schwingel. Mestre de Cibercultura na ESPM, Carla testou pela primeira vez a câmera durante sua passagem pelo Congresso da Associação Latino Americana de Investigadores da Comunicação (ALAIC), em setembro, no México. O maior desafio encontrado foi se abster das imagens. “Não existe um ponto cego real na câmera. Você só consegue sair de cena se estiver gravando com um tripé apropriado, do contrário, estará sempre ali”, esclarece ela.

Apesar do desafio quanto a gravação, o objeto é versátil por conta do seu tamanho, menor que um celular. “Para o repórter de rua é um sonho. Como hoje em dia temos que ser multitasking, essa ferramenta só nos ajuda.” E como! Se a internet por si só é imersiva no sentido efetivo de hipertextualidade e matéria, as imagens proporcionadas pelas câmeras 360º são a sua equivalência, porém, visual.

Contudo, fique atento aos detalhes. A câmera aqui tratada não é similar aos óculos de realidade virtual. Esses por sua vez são capazes de reproduzir um local com total clareza e sensação de que, quem o usa, está no ambiente, ou seja, sentir parte dele. A imagem 360º apenas auxilia o leitor e espectador na visualização do espaço no qual o repórter está inserido. Ainda assim, é uma das ferramentas de grande destaque para o jornalismo em 2016.

Espaço reservado para sua opinião